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Estimulação Magnética Trascraniana – EMT ou TMS

 

A Estimulação magnética trascraniana (EMT ou TMS, em inglês) é uma técnica de estimulação cerebral focal, não invasiva e indolor, realizada através da aplicação de campo eletromagnético na região da cabeça, com uso de bobinas especialmente desenhadas para tal, de forma a induzir pulsos de estimulação elétrica na superfície do cérebro.

O tratamento é realizado utilizando uma bobina em forma de oito em contato com o couro cabeludo do paciente. Esse campo tem a capacidade de atravessar a calota craniana, alcançando a superfície do cérebro (córtex), onde gera microcorrentes elétricas que promovem a ativação ou inibição de áreas cerebrais específicas. A ativação ou inibição ocorre de acordo com os ajustes feitos pelo profissional nos parâmetros de estimulação: frequência dos pulsos, intensidade e tempo de tratamento.

A EMT apresenta vasta literatura científica, comprovando sua eficácia e segurança, não apresentando efeitos colaterais relevantes, tal como prejuízo na função cognitiva. A técnica tem aprovação do Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2012, como prática médica no Brasil, é regulamentada desde 2014 para fisioterapeutas pelo acórdão COFFITO nº 378/2014, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

A EMT vem se mostrando uma alternativa importante e eficaz para os pacientes que apresentam resposta parcial aos tratamentos psicofarmacológicos  convencionais, sobretudo nos casos de Depressão Maior, no qual muitos paciente não apresentam melhora dos sintomas com a utilização de remédios, muitas vezes não tolerando aumento de doses.

Além do já conhecido uso da EMT para depressão, a técnica vem sendo utilizada com sucesso em outros quadros, como nas alucinações auditivas, comuns em quadros psicóticos como a esquizofrenia, uso este que também faz parte da regulamentação do uso clínico da EMT no Brasil pelo CFM. A técnica aparece como alternativa ao tratamento de zumbido (tinnitus), apresentando melhora na intensidade do zumbido. Nos casos de pacientes com quadro de sequela de infarto cerebral (AVC, “derrame”), a técnica promove melhora do tônus muscular em pacientes espásticos através de estimulação do córtex no lado do cérebro lesionado, colaborando para melhora no desempenho motor marcha.

A TMS também vem se mostrando promissora e eficaz em casos de dor neuropática, fibromialgia e enxaqueca crônica, quadros muitas vezes de difícil tratamento e que exigem abordagens integradas.